História Sengés
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Os primeiros moradores do território de Sengés foram: João Camilo Barbosa e Manoel Alexandre, que chegaram as margens do rio Jaguaricatu por volta de 1893, atraídos pelo solo da região e riquezas naturais existentes. Iniciaram, a plantação de milho e a criação de gado e suínos. Em 1908 deu-se a inauguração da Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande, mais tarde denominada Rede Ferroviária Federal S/A, e que neste trecho passou a pertencer à Rede Viação Paraná - Santa Catarina, atualmente desativada neste município. Chegaram nesta época novos moradores e instalou-se uma serraria a fim de explorar a quantidade considerável de pinheiros que cobria a região.

Outro fator de decisiva importância na formação da futura comunidade foi o trânsito intenso de tropas muares, que partiam do Rio Grande do Sul, faziam paradas às margens do rio, onde os tropeiros procuravam alimentos e acomodações para descansarem. Surgiram assim estabelecimentos comerciais, como o do sr. Joaquim Ferreira Lobo, que muito contribuíram para a fundação do povoado.

Em 1910 era instalada a Coletoria Estadual, hoje chamada de Agencia de Rendas.

Em 24 de dezembro de 1915 foi criado o Distrito Judiciário, pela Lei 1790 de 30 de março de 1917, com o nome de Jaguaricatu.

Um fato digno de ser relatado foi a participação da cidade na revolução de 1930. Por estar localizada na fronteira entre os estados do Paraná e São Paulo, e contar ainda com o privilégio de ser cortada pela unica boa via terrestre que ligava a região Sul a São Paulo, Sengés se tornou palco de sangrentas batalhas.

No dia 10 de outubro de 1930, à noite chegou a então Vila de Sengés, uma patrulha composta de 10 cavalarias do Décimo Quinto Batalhão de Cavalaria de Curitiba. Os Senhores: Martinho Jorge e Ambrosio Jorge, interpelaram esta patrulha procurando saber noticias do movimento e qual atitude a população deveria tomar. Obtiveram a resposta que as tropas do Rio Grande do Sul e de Curitiba já estavam se deslocando para a cidade e só haveria combate se os paulistas atacassem.

No dia seguinte, um trem proveniente de São Paulo, com tropas armadas, chegou à vila e quando estava adentrando os limites do vilarejo foi recebido a tiros de fuzil pelas tropas revolucionarias. Esse trem retrocedeu imediatamente, a população ja um tanto assustada começou a abandonar a vila.

Dentro de um ou dois dias chegaram as tropas do sul, sendo as primeiras compostas de batalhões de Curitiba, e do Décimo Terceiro Regimento de Infantaria de Ponta Grossa, e que se entrincheiraram em alguns locais, principalmente junto a estação da estrada de ferro. Suas trincheiras eram do tipo Valeta da Arte Alemã, cheias de ziguezague. Os paulistas chegaram também quase ao mesmo tempo e entrincheiraram-se pouco acima do local onde esta localizado o Terminal Rodoviário, num dos pontos mais altos da cidade.

Um avião, conhecido como “Vermelhinho Paulista”, fez vários ataques à vila, atirando bombas em muitos locais, apavorando assim a população que ainda permanecia no local.

O templo da Igreja Presbiteriana foi transformado em Hospital de Emergência, onde eram prestados os primeiros socorros aos feridos e depois encaminhados à cidade de Castro (cerca de 130 Km de distância).

Houve combates sangrentos, sendo um dos piores o que se deu no dia 23 de outubro de 1930, em que morreu o coronel Izaltino Pinho, até então capitão do Decimo Terceiro Regimento de Infantaria de Ponta Grossa. No dia seguinte a revolução acabou e as tropas se retiraram do povoado, deixando para traz um rastro de destruição.

Então os moradores reconstruíram o que a guerra tinha destruído e em 1º de março de 1934 a vila de Sengés passou ao status de município, adotando o nome de Sengés, (em homenagem ao engenheiro Dr. Gastão Senges, que chefiou a construção da estrada de ferro).

Em 1949 Sengés foi elevada a Comarca de Primeira Instância.

Atualmente Sengés é muito conhecida na região como Polo Madeireiro, e recebe uma grande migração de famílias que vem a procura de emprego e se instalam no município.